quarta-feira, 13 de abril de 2016

13/04 - Sinais de vitória

Estamos recebendo relatos de pessoas que não irão parar e seu argumento está ligado a não acreditar em sindicato e no governo aliado a um sentimento de desapontamento. Ouvindo estes relatos, escrevo um ponto de vista; lembrando que nós voluntários não somos ligados nem ao governo nem ao sindicato (direção); mas somos trabalhadores de APS.

Eu particularmente tenho dificuldades de andar, pois tenho deficiência motora, e sempre procuro o caminho mais curto e fácil; mas as vezes quebro a cara, porque facilmente me engano. 

Não gostar do sindicato ou da política atual me parece discurso de quem não agiu quando devia agir; ambos são eleitos e nós podemos ou não concorrer. Hoje temos o que a maioria escolheu, podemos conviver nos pontos comuns e lutar pra melhorar na próxima.

Mas quero concentrar minha resposta no trabalho.

A greve de 2015, de longe foi a maior em adesão. Podia ser maior, podia. Podia ser melhor comunicada, sim. Principalmente, podia ser melhor com você. E estamos falando da greve de 2015 neste dia 14 e você.

Entenda que calar e ceder, tem um limite. A cada novo mega punidor uma dica de maquiagem (me recuso a chamar de indicador, mesmo sendo uma ferramenta inegável de gestão).

Os números que nos matam e nos desumanizam como pessoa ao tratar como números os segurados, promovem os cargos políticos em Brasília (escrevemos muito sobre isto aqui).

A cada dia mais servidores morrem trabalhando, adoecendo e brigando por metas ... e penso:

Como tem gente que não liga que este stress do ambiente afeta todos.

Umas das coisas mais bonitas da greve que ouvi, foi um poema .... de uma pessoa que não percebeu que o azar do próximo, era o futuro dela:

"Primeiro levaram os negros,
Mas não me importei com isso. Eu não era negro.


Em seguida levaram alguns operários,Mas não me importei com isso. Eu também não era operário.

Depois prenderam os miseráveis,Mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável.

Depois agarraram alguns desempregados,Mas como eu tenho um emprego, também não me importei.

Agora... Agora estão me levando.


Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo. "

...


Vi colegas adoecerem, mas não liguei: não era comigo.
Vi colegas com mais de 60 anos e 40 de serviço, mas não liguei: não era comigo.



Sim, vejo que preferimos atacar o colega dito “menos produtivo” que uma meta desumana no coletivo.
Mas veja os sinais da vitória, em meio ao caos que vivemos:

Somente esta ameaça de greve; com a paralisação já fez o governo ceder:
  • Pretendem abrir diálogo (veja aqui)
  • Para os federais, sinalizaram recuo no pacotes de maldades, PL 257/2016 (veja aqui)

Lutamos pelo real comprimento do acordo de Greve ? (leia o acordo do seguro Social)


Hoje temos pontos do acordo cumprido e vários colegas (15 mil) esperando o cumprimento para se aposentar.
Os ditos novos (os últimos com aproximadamente 10 anos de casa) lutam pela progressão de 12 meses
; dentre vários outros motivos.


Mas o que separa você de um dia de luta dos federais (sim, não é só do INSS) e o caminho mais fácil; que vai provavelmente ... quebrar a cara.

Por um dos voluntários,
servidor há 13 anos na APS